TEXTO: Jô Vasconcellos
IMAGENS: http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/estacao-da-cultura-226508-1.asp
A criação de um conjunto arquitetônico destinado a cultura, que atenda a demanda de uma orquestra Filarmônica, TV e Radio insere Belo Horizonte nas redes mundiais de cidades criativas e em transformação. A proposta é agenciar o espaço e transformá-lo em pólo de cultura e ponto turístico da cidade. O conjunto deve contribuir significativamente para a transformação do espaço urbano circundante, resgatando uma desejável área de socialização perdida com o fim do Mercado da Barroca.
As edificações são implantadas no melhor nível de acesso do terreno com menor movimentação possível de terra. São organizadas de forma a gerar vazios entre estas e uma grande e convidativa praça de acolhimento é oferecida para toda a comunidade e usuários em um local carente de espaço público, trazendo para esta região da cidade uma nova identidade. Resgata e confirma o caráter e o compromisso social que um equipamento deste porte deve conter.
As sedes da Orquestra TV/Rádio refletem uma organização espacial pré-estabelecida e espelha exatamente a estratégia do programa de necessidades. Se tratando de uma obra nova, a estrutura é toda modulada racionalmente para otimizar custos e prazos. Os critérios acústicos determinam as formas dos espaços sensíveis e a organização dos espaços circundantes. As necessidades acústicas de isolamento estrutural determinam a implantação preferencial da grande sala de concertos sobre terreno natural sem subsolos e isolada das outras estruturas. A grande sala é implantada estrategicamente de forma a receber em seu nível médio o público que chega pela praça e faz circular músicos e instrumentos diretamente no nível do palco. Os grandes estúdios da TV também são implantados sobre terreno natural com acesso de docas e equipamentos diretamente na cota natural.
A zona multifuncional formada por estacionamento, pré-foyer e serviços é articulada pelas circulações horizontais e verticais estrategicamente localizadas e o pré foyer e entradas servem como áreas de transição entre o interior e exterior, tão necessária às regiões de clima tropical.
O público a pé chega pela praça no ponto mais alto do terreno onde o trânsito é leve e desimpedido. Os estacionamentos são dimensionados para a demanda das três instituições e garantem flexibilidade e generosidade durante os espetáculos. As entradas e saídas de veículos acontecem em ruas distintas, na cota natural e fluxo das ruas do quarteirão, sem cruzamento com o público.
A grande torre de antenas arremata o conjunto e sinaliza com sua altura a presença das instituições na cidade. O desenho singular para uma torre enriquece a paisagem e faz dela outro atrativo, como as torres das cidadelas.
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